Hoje vou revelar os 4 sinais que demonstram que os negócios estão pedindo socorro financeiro. E o melhor, você vai descobrir como identificar e resolver cada um deles.
Porque negócios financeiramente saudáveis, são aqueles que possuem um fluxo de caixa equilibrado e previsível. As receitas cobrem os gastos, e ainda sobra dinheiro para reinvestir ou distribuir aos empreendedores.
E isso, é fruto, na maioria das vezes, de decisões tomadas com base em informações financeiras claras e precisas.
Negócios com as Finanças Fora do Trilho
Mas o que acontece quando as finanças começam a sair dos trilhos? O cenário muda completamente. De repente, tudo o que parecia sob controle começa a desmoronar, e os problemas começam a se acumular.
Nesse cenário, atrasos, dívidas e uma crescente sensação de insegurança sobre o futuro do negócio se tornam mais frequentes. Parece que, não importa o quanto de dinheiro entre, nunca é o suficiente!
E é aí que entram os sinais de alerta. Aqueles pequenos indícios que, se ignorados, podem levar a problemas maiores e mais difíceis de resolver.
Por mais que os empreendedores pensem que é uma situação passageira, é preciso ficar atento a esses sinais e agir rapidamente, pois eles podem indicar que algo está realmente errado.
E um dos primeiros sinais de alerta que indicam que um negócio precisa de ajuda com as finanças é
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Falta De Visão Clara Sobre Onde O Dinheiro Está Indo
Acontece mais ou menos assim:
Mesmo o negócio estando vendendo bem, o dinheiro simplesmente desaparece.
No final do mês, o saldo bancário é muito menor do que o esperado e ninguém sabe ao certo para onde foi o dinheiro. Essa é uma situação mais comum do que se imagina e pode acontecer por vários motivos.
O primeiro motivo é que muitos empreendedores não controlam seus gastos.
Gastam como se não houvesse amanhã e, como não tem controle do que está sendo gasto, não sabem para onde foi o dinheiro ou o retorno que aquele gastos traz ou trará ao negócio.
E outro motivo, que é muito comum, mas que não pode ser, são os empreendedores utilizarem o caixa do negócio como extensão da sua carteira, usando o dinheiro da empresa para gastos pessoais sem uma devida e clara separação entre o que é uma coisa e o que é outra.
Perceba que esse é um sinal clássico de que se a situação financeira do negócio não está ruim, em pouco tempo ficará!
Então, o que pode ser feito para resolver essa situação?
A primeira medida é implementar um sistema de controle financeiro rigoroso. Isso pode ser feito da forma que o empreendedor quiser ou puder, seja através de planilhas ou software financeiro, como o GRANATUM por exemplo.
O que não pode deixar de fazer é controlar!
Por que é somente através de um controle minucioso de tudo que o negócio gasta, que os empreendedores poderão ter uma visão clara de onde o dinheiro está indo, facilitando a identificação de cada gasto e para que foi utilizado.
Mas só controlar para saber para onde está indo, não basta!
Tem que colocar uma trava nos gastos. É aqui que o orçamento empresarial entra em cena.
O orçamento empresarial serve como um guia, ajudando os empreendedores e/ou gestores a planejar os gastos e a evitar surpresas financeiras.
É através do orçamento empresarial que os negócios podem estimar receitas e gastos, identificando de onde vem o dinheiro e como ele está sendo gasto.
E claro, tem que separar as finanças pessoais das empresariais, garantindo que cada despesa esteja devidamente registrada e justificada.
Começar a Atrasar os Pagamento
Se o negócio convive com constantes atrasos nos pagamentos de fornecedores, funcionários ou impostos isso é um claro indicativo de problemas financeiros.
Um dos principais motivos para isso é o desequilíbrio no fluxo de caixa.
Para aqueles que não estão familiarizados com o conceito, o fluxo de caixa é um relatório financeiro essencial que monitora todas as entradas e saídas de dinheiro do negócio. Ele mostra claramente de onde vem o dinheiro e para onde está indo.
Quando o dinheiro não entra no ritmo ou na quantidade esperada, os negócios são forçados a adiar pagamentos. E, sem dinheiro, não há como efetuar os pagamentos!
E, essa prática de adiar pagamentos pode rapidamente se tornar uma bola de neve, agravando a situação financeira mês após mês.
Com isso, os fornecedores podem começar a cobrar juros ou até mesmo suspender o fornecimento de produtos, resultando em falta de estoque para vendas e, consequentemente, aprofundando ainda mais os problemas financeiros.
E o que dizer do impacto negativo de atrasar os salários dos colaboradores, que destroi o ambiente de trabalho, reduzindo a moral e a produtividade. Além disso, atrasos constantes podem levar a complicações jurídicas e trabalhistas.
Se seu negócio ou o negócio que você trabalha está enfrentando essa situação, é hora de abrir o olho e trabalhar em medidas para resolver essa situação.
A principal ação que podemos adotar é melhorar o controle financeiro.
O controle passa por saber o quanto de receita tem para entrar e o quanto entrou. Saber o quanto tem para pagar e o porquê de cada pagamento.
Para facilitar o controle esse controle o fluxo de caixa é ideal!
Através das projeções mensais, dia a dia, analisamos todas as receitas previstas e todas as despesas a serem pagas, trabalhando para equilibrar as entradas e saídas de dinheiro.
Se você identificar que as entradas não são suficientes, é preciso agir para aumentar as receitas, seja através de mais vendas ou buscando capital de terceiros ou dos sócios.
Se não for possível aumentar as receitas, então é hora de cortar gastos!
Aí meu amigo, entra negociação com fornecedores para obter melhores condições de pagamento, revisão dos contratos fixo e, até demissão de colaboradores deve ser considerada.
O objetivo final é garantir que todos os pagamentos sejam feitos pontualmente, evitando atrasos e mantendo a confiança com fornecedores e colaboradores.
Agora, reflita sobre como a sua empresa está gerenciando os pagamentos. Existem atrasos frequentes? Como isso tem impactado a relação com fornecedores e funcionários?
Analisar esses aspectos é o primeiro passo para identificar problemas e buscar soluções, garantindo que seu negócio possa seguir em frente de maneira sustentável.
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Dependência Excessiva de Crédito
Esse é outro sinal muito sutil, mas potencialmente prejudicial às finanças dos negócios e está diretamente ligado ao que falei antes.
Inicialmente, recorrer a linhas de crédito, cartões de crédito empresariais ou empréstimos pode parecer uma solução rápida e eficaz para cobrir lacunas no fluxo de caixa ou para financiar novos projetos.
No entanto, quando essa prática deixa de ser uma exceção e torna-se uma regra para equilibrar o caixa, estamos diante de outro problema.
Essa é a situação daqueles negócios que estão com o crédito comprometido e se utilizam de cartões de crédito para financiar as compras. Ou daqueles negócios que todo mês precisam recorrer a limites da conta ou empréstimo para pagar as contas básicas.
Ah Fernando, mas você falou que para equilibrar o fluxo de caixa, tem que entrar dinheiro novo!
Sim, isso é verdade e deve acontecer por um certo período enquanto as ações de saneamento financeiro estão sendo desenvolvidas, e não como uma extensão artificial do capital de giro.
A curto prazo, essa estratégia pode funcionar, mas a longo prazo, os juros começam a corroer os lucros, e a dívida só vai aumentar.
Sabe outro problema que a dependência de crédito pode trazer aos empreendedores menos experientes?
Mascarar problemas mais profundos na estrutura do negócio como:
- Baixo volume de vendas;
- Entradas ineficientes frente aos gastos;
- Inadimplência elevada;
- Gastos excessivos e outros mais.
Para resolver essa situação, os empreendedores devem fazer uma análise profunda das finanças do negócio.
Pode começar, buscando identificar, se é uma questão de vendas insuficientes? De despesas excessivas? Ou talvez um problema de inadimplência por parte dos clientes?
Uma vez identificado o problema, é hora de agir.
Se as vendas estão baixas, pode ser necessário revisar a estratégia de marketing, ajustar os preços ou até diversificar os produtos e serviços oferecidos.
Se o problema é a inadimplência, considere renegociar prazos de pagamento ou melhorar os processos de cobrança.
E se as despesas estão altas, corte gastos desnecessários e otimize processos.
A chave para sair do ciclo da dependência de crédito é uma gestão financeira proativa, apoiada por controles financeiros que forneçam informações precisas e confiáveis.
Margens de Lucro Baixas
Outro sinal de que as finanças não vão bem é quando, mesmo vendendo bem, o dinheiro que sobra no caixa é insuficiente para cobrir as contas e manter o negócio saudável.
Trabalhar com margens de lucro muito estreitas ou, em casos mais graves, operar no prejuízo, é um problema sério, que indica que os custos estão altos demais ou os preços de venda não estão adequados.
Essa é a situação de negócios que vendem uma grande quantidade mensalmente, mas percebem que o dinheiro que entra não é suficiente para pagar todas as contas e repor as mercadorias para o próximo mês.
Isso pode ocorrer, devido aos custos das mercadorias, que subiram sem ajuste nos preços de venda, ou ao fato de estar oferecendo muitos descontos para atrair clientes.
Vou apresentar um exemplo prático para ilustrar esse sinal. Digamos que este negócio tenha a seguinte estrutura no seu DRE GERENCIAL:
- Vendas totais: R$ 50.000
- Gastos variáveis: R$ 35.000
- Margem Contribuição: $ 15.000
- % MC = R$ 15.000 / R$ 50.000 = 0,30 ou 30%
Veja que o as vendas resultam no Lucro Bruto ou Margem de contribuição no valor de 15 mil reais, que é mesmo de dizer que as vendas deixam 30% de margem de lucro ou margem de contribuição.
Nesse caso, é necessário aumentar o preço médio de venda ou, se for o caso, reduzir os níveis de descontos concedidos. Aumentar apenas o volume de vendas não resolverá o problema, pois os gastos variáveis estão muito altos, e o esforço da área de vendas precisaria ser enorme para gerar mais dinheiro.
Agora, digamos que o negócio consiga aumentar o total de vendas em 10%. Vamos ver qual o impacto traria para o negócio:
- Vendas totais: R$ 50.000 + 10% = R$ 55.000
- Gastos variáveis: R$ 35.000
- Margem Contribuição: $ 20.000
- % MC = R$ 20.000 / R$ 55.000 = 0,36 ou 36,36%
Veja que com o aumento de 10% no total das vendas, a margem de contribuição aumentou em 5 mil reais que representa um aumento de 33,33%, deixando mais dinheiro para o negócio.
No entanto, essa nova margem de contribuição ainda pode não ser suficiente para sustentar o negócio.
Portanto, também é necessário reduzir os gastos variáveis. Então, suponha que, além do aumento nas vendas, o negócio consiga reduzir em 20% os gastos variáveis, caindo de 35 mil reais para 28 mil reais, vamos ver com ficaria:
- Vendas totais: R$ 50.000 + 10% = R$ 55.000
- Gastos variáveis: R$ 35.000 – 20% = R$ 28.000
- Margem Contribuição: $ 27.000
- % MC = R$ 20.000 / R$ 55.000 = 0,49 ou 49,09%
Perceba que agora sobra mais dinheiro para o negócio pagar os gastos fixos.
Viu como trabalhar com as margens de lucro foi importante para o caixa do negócio.
Para ilustrar vamos supor que o negócio ainda tenha 20 mil reais de gastos fixos para pagar.
Na situação inicial com uma margem de 30%, sobravam apenas 15 mil reais, insuficientes para cobrir gastos fixos de 20 mil reais.
- Margem Contribuição: $ 15.000 – R$ 20.000 = – R$ 7.000,00
Com o aumento nas vendas, passou a sobrar 20 mil reais, suficiente para cobrir as contas.
- Margem Contribuição: $ 20.000 – R$ 20.000 = R$ 0,00
E, com a redução dos gastos variáveis, a margem de contribuição subiu para 49,09%, sobrando 27 mil reais, o que é suficiente para cobrir os gastos fixos e sobrar para demais tributos e/ou lucro.
- Margem Contribuição: $ 27.000 – R$ 20.000 = R$ 7.000,00
A diminuição dos gastos variáveis, pode ser alcançada através da análise detalhada de todos os gastos envolvidos no processo de fabricação ou vendas, como matérias-primas, insumos, comissões de vendas, entre outros.
Também é fundamental buscar maior eficiência operacional para reduzir desperdícios e aumentar a produtividade.
Lembre-se de que margens de lucro saudáveis não significam apenas manter o negócio funcionando; elas são essenciais para reinvestir no crescimento, inovar e enfrentar períodos de dificuldade econômica.
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Reconhecer os sinais que mostrei aqui com antecedência é crucial para a saúde financeira dos negócios, pois permite desencadear ações que podem minimizar e até reverter os problemas.
Já, não reconhecer ou ignorar esses sinais não fará com que desapareçam, pelo contrário, pode levar o negócio a mergulhar em problemas financeiros cada vez maiores.
Então, revisando so 4 sinais que demonstram que os negócios precisam de ajuda com as finanças:
- A falta de visão clara sobre onde o dinheiro está indo pode levar a uma gestão financeira caótica.
- O atraso nos pagamento é um sinal evidente de que algo está errado e precisa ser corrigido imediatamente.
- Dependência excessiva de crédito que pode mascarar problemas mais profundos e aumentar as dívidas a longo prazo, e
- As margens de lucro baixas que indicam que os custos estão altos demais ou os preços de venda não estão adequados, necessitando de ajustes urgentes.
Como disse, cada um desses sinais é um alerta para que você tome medidas antes que a situação se agrave.
Mas esses não são os únicos sinais, por isso é importante que os empreendedores e/ou gestores estejam atentos a qualquer indício de problemas financeiros e para isso, um controle financeiro rigoroso é fundamental.
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