Os Indicadores Financeiros são ESSENCIAIS para empreendedores e gestores administrar seus negócios com mais informações e não no achismo.
Por isso, neste artigo vou falar sobre 8 indicadores financeiros essenciais para o qualquer negócio.
Existe uma máxima na administração e que aplicamos a todos os negócios.
Se você não pode medir, não pode gerenciar.
Assim, utilizar indicadores de performance nos negócios é tão importante. Pois eles revelam ao empreendedor qual o rumo está tomando o negócio.
É aconselhável utilizar indicadores em todas as áreas do negócio, comercial, produção, RH e principalmente na área financeira, utilizando os indicadores financeiros.
O que são indicadores financeiros?
Indicadores, também podem ser chamados de KPIs (Key Perfomance Indicators) ou INDICADORES CHAVE DE PERFORMANCE OU DESEMPENHO, e devem fazer parte de gestão financeira.
O objetivo dos indicadores é fornecer informações rápidas e confiáveis sobre a situação do negócio, proporcionando decisões seguras, correção de rotas na gestão e estratégias quando necessárias.
Afinal, um negócio gerido de forma profissional, deve ter suas decisões baseadas em números e, é isso que os indicadores financeiros possibilitam.
Contudo, só podemos falar de indicadores, se os registros financeiros estiverem corretos e atualizados, especialmente controles de entradas e saídas de dinheiro, contas a pagar e receber documentados, registro de pedidos e situação de estoque.
Para que você possa entender como criar seus indicadores, vamos nos basear em uma DRE, que é um relatório contábil que fornece várias informações sobre o seu negócio.
O que é um DRE?
Você pode montar uma DRE gerencial no seu negócio e utilizá-la como fonte de dados para fazer os indicadores que veremos à frente.
Indicador de Faturamento
Afinal, sem vendas um negócio não sobrevive, não é?
Por isso mesmo, esse é um dos principais indicadores financeiros que os empreendedores e gestores de negócios devem ficar de olho.
O faturamento consiste na soma de todos os valores obtidos com as vendas de produtos e/ou serviços no negócio em um determinado período, geralmente mensal ou anual.
O faturamento serve para avaliar o quanto o negócio está evoluindo mês a mês. Este indicador responde o quanto o negócio está crescendo ou não.
Além disso, a partir deste indicador, o empreendedor pode fazer várias análises, como a atuação da empresa no mercado, a precificação dos produtos e serviços, perfil de clientes e outras.
Ele é um indicador muito acompanhado pelos empreendedores, mas ele não deve ser analisado de maneira isolada. Por isso, a importância de acompanhar outros indicadores para mensurar as informações de custos, despesas, lucro e lucratividade.
Indicador de Receita Liquida de Vendas
Este indicador demonstra o quanto sobra das vendas, após serem deduzidos os impostos e outras deduções (como comissão por exemplo).
Para calcular este indicador, basta dividir a receita líquida de vendas pelo valor total faturado e depois multiplicar por 100.
O principal fator que ocasiona a variação deste indicador são os impostos diretos sobre as vendas e comissões.
De posse destes números e comparando com outros meses, o empreendedor pode, por exemplo, analisar se o regime tributário atual do negócio é o mais indicado. Se a política de remuneração comercial está dentro do que a empresa precisa e pode pagar.
Agora vamos analisar os custos para oferecer os produtos e serviços ao mercado.
Indicador de Custos
De nada adianta vender muito e ter os custos ligados a venda descontrolados. Por isso, devemos medir a eficiência em manter estes custos controlados.
Para calcular este indicador, basta dividir o total dos custos pelo faturamento e multiplicar por 100.
O percentual encontrado nos permite saber quanto os custos representam do faturamento do negócio.
Vejamos o exemplo!
Se considerar que o faturamento total do período foi de R$ 50 mil e os custos totais de R$ 18 mil, podemos calcular o indicador.
Utilizando a fórmula do cálculo do indicador, temos que os custos equivalem a 36% do faturamento.
Temos que os custos são de 18 mil reais.
Utilizando a forma de calcular o indicador, temos que os custos equivalem a 36% do faturamento.
Agora suponha que tivemos aumento de 10 mil nas vendas, fazendo com que o faturamento passe a ser de R$ 60 mil. Um aumento de 20%.
Como esse aumento nas vendas, os custos também aumentaram, passando para 20 mil reais, um aumento de 11% em relação ao que era antes.
Esta informação, de cara nos revela que a empresa teve muito êxito no aumento das vendas, pois, além de aumentar em 20% o valor do faturamento, conseguiu que os custos diretos de vendas, aumentassem somente 11%.
Com isso, os custos que representavam 36% do total vendido, passou a representar 33,33%.
Entenda que, a junção do aumento do faturamento com a diminuição percentual dos custos, faz com que o negócio tenha um lucro bruto ainda melhor.
Falando em Lucro Bruto, ele é o próximo indicador que vamos estudar.
Indicador de Lucro Bruto
O Lucro bruto também pode ser chamado de MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO, pois no final das contas o que ele representa é a mesma coisa, que é o quanto as vendas estão deixando dentro do negócio para pagar as despesas fixas e proporcionar o lucro operacional.
Para encontrar o indicador do lucro bruto, basta dividir o lucro bruto pelo faturamento e multiplicarmos por 100.
Se considerarmos, que no nosso exemplo, o lucro bruto é de R$ 29 mil, temos que este indicador equivale a 58% do faturamento do negócio.
Quanto maior for este percentual, melhor para o negócio. Isso quer dizer que o negócio está conseguindo ter eficiência nas vendas e, em manter sobre equilíbrio os custos.
Vamos ao próximo indicador.
Indicador de Despesas Fixas
Despesas fixas são todas as despesas que não alteram o valor em função do aumento ou diminuição do volume de vendas, exemplo, aluguel, contador, folha de pagamento administrativo e muitas outras.
Explicando de outra maneira, seu negócio vendendo ou não você terá que pagar estas despesas.
É importante acompanhar este indicador para saber se o gestor está tendo eficiência em tocar o negócio sem elevar as despesas fixas, o que implica para o aumento ou diminuição do lucro final do negócio.
Para calcular este indicador, você soma todas as despesas fixas, divide pelo faturamento e multiplica por 100.
Quanto maior for este número, pior para o negócio. Quer dizer que as despesas que são fixas estão crescendo em comparação com as vendas. O que não deve acontecer.
Cabe então ao empreendedor, buscar as causas que levaram a este aumento e desenvolver ações saneadoras.
Após as despesas fixas, o DRE gerencial nos apresenta o LUCRO OPERACIONAL
E, este é próximo indicador associado ao DRE que vamos estudar, a lucratividade.
Indicador de Lucratividade
A partir do momento que o negócio tem lucro operacional, significa que a operação está se pagando e deixando dinheiro para o empreendedor.
O valor do lucro operacional responde a pergunta, se vale a pena ou não para o empreendedor ter o negócio.
Aqui também devemos parametrizar o indicador em forma percentual. Dividindo o valor do lucro operacional pelo faturamento e multiplicando por 100.
No nosso exemplo, o negócio atingiu o lucro de R$ 9 mil. Aplicando este valor a fórmula, temos o indicador de lucratividade de 18%.
Este indicador vai permitir fazer comparações entre períodos e até usá-lo comparar a performance do seu negócio dentro do seu mercado de atuação.
Agora, vou descrever outros 2 indicadores que não são claramente demonstrados na DRE gerencial, mas considero muito importante para qualquer negócio, que seriam o indicador de PONTO DE EQUILÍBRIO e o indicador de RECEBIMENTO E/OU INADIMPLÊNCIA.
Indicador de Ponto de Equilíbrio
O indicador do ponto de equilíbrio é a quantidade de receitas mínimas que um negócio necessita para cobrir todos os seus custos e despesas.
É importante conhecê-lo para saber qual é o mínimo necessário vender, para que o negócio não gere nem lucro e nem prejuízo e assim, não necessite de outra fonte de dinheiro.
Para calcular o Ponto de Equilíbrio, soma-se todas as despesas fixas do negócio e divide-se pela porcentagem da margem de contribuição.
Em um DRE gerencial, como o modelo, que apresentamos aqui, você tem todas as informações necessárias para o cálculo. Vamos ao exemplo:
Despesas fixas no valor de R$ 20 mil e percentual da margem de contribuição de 58%. No nosso DRE, a margem de contribuição é mesma coisa que o Lucro Bruto.
Então, aplicando a fórmula, temos 20 mil dividido por 58% que apresenta o valor de R$ 34.482,76 mil.
Este é o valor que o negócio, do nosso exemplo, necessita vender para que feche no zero a zero.
Quero ressaltar que este indicador muda conforme muda toda sua estrutura de vendas e custos. Então o que é verdade hoje pode não ser verdade amanhã. Por isso cabe o monitoramento constante!
Se quiser se aprofundar mais sobre este importante indicador para os negócios, principalmente para os que vendem produtos, e conhecer as outras variações do ponto de equilíbrio, você pode se inscrever no curso PONTO DE EQUILÍBRIO.
O próximo indicador, muito importante para qualquer negócio e principalmente para aqueles que vendem a prazo é o indicador de Recebimentos ou Inadimplência
Leia Também: Como meu negócio pode pagar MENOS IMPOSTOS
Indicador de Recebimentos ou Inadimplência
Os recebimentos são um dos principais pontos do negócio que os empreendedores precisam ficar de olho. Pois de nada adianta ter um ótimo faturamento e isso não entrar no caixa.
Uma das formas de você criar um indicador para medir sua eficiência nos recebimentos é dividindo o total que você recebeu no período, que geralmente é o mês, pelo valor total de vencimentos previstos para o mesmo período e multiplicar por 100.
Vamos ao exemplo.
Se em determinado mês seu negócio tinha previsto de vencimentos para receber o valor total de R$ 100 mil, mas efetivamente entrou no caixa, oriundo de recebimentos o valor de 96 mil reais.
Isso quer dizer que foi recebido 96% do total que deveria entrar no caixa.
Se o indicador for menor que 100, indica que você recebeu menos do que tinha previsto para receber.
Se o indicador for maior, você recebeu mais do que tinha previsto, porque possivelmente recebeu inadimplentes também.
Podemos ainda, avançar um pouco mais nessa análise:
Se dos R$ 96 mil recebidos, R$ 95 mil foram referentes a valores que efetivamente venciam no mês, temos o indicador de inadimplência do mês de 5%.
Para conhecer este percentual, subtraímos do valor vencido no mês o valor recebido do mês. O resultado dividimos pelo valor vencido no mês e multiplicamos por 100.
Podemos gerar diversos indicadores para medir a eficiência no recebimento e mensuração da inadimplência de um negócio.
Conclusão
Os 8 indicadores financeiros que demonstrei neste artigo, devem ser utilizados como métrica de acompanhamento do negócio. Quando este acompanhamento passa ser realizado por vários períodos, é possível comparar os indicadores, isso possibilita você entender como se comporta ao longo do tempo.
Através da interpretação destes números, o empreendedor poderá desenvolver ações de maneira estratégica para o crescimento e desenvolvimento do negócio.
Mas, não adianta estabelecer os indicadores e não desenvolver ações a partir das informações que eles apresentam. Isso é igual ter uma ferramenta e não saber utilizar ou não utilizar. E, é exatamente isso que os indicadores financeiros são para os negócios, uma ferramenta de gestão financeira.
O ideal é que os indicadores financeiros sirvam de guia para os próximos passos a serem planejados no negócio.
Cabe ainda, uma dica sobre a utilização dos indicadores financeiros.
Para uma boa análise, considere um conjunto de indicadores, como vimos neste artigo, medidos por pelo menos 3 meses para que as informações apresentadas por eles sejam as mais confiáveis, evitando qualquer distorção em virtude de sazonalidade ou picos de vendas, por exemplo.
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