6 Principais motivos que levam um negócios a quebrar

Neste artigo, vamos discutir alguns dos principais motivos que levam um negócio a quebrar. Será que a falta de gestão financeira, realmente, é a principal causa?

Para começar, você sabe o que significa quebrar um negócio?

Quebrar um negócio, significa muito mais do que simplesmente fechar as portas e não abrir no outro dia.

Um negócio QUEBRA quando o empreendedor, mesmo após perceber que o seu negócio deixou de dar lucro, insiste em continuar operando, mesmo sem gerar dinheiro suficiente para isso.

Então acontece de as dívidas irem se acumulando, até chegar a hora em que o negócio se torna totalmente insustentável, ou seja os custos e despesas são muito maiores do que a receita gerada. Neste caso, então, dizemos o negócio quebrou.

E, sejamos sinceros, existem mais motivos para os negócios quebrarem do que dar certo, não é?

Entre 2020 e 2021 tivemos mais um motivo que contribuiu muito com a quebra dos negócios que foi a pandemia.

Segundo a pesquisa “Sobrevivência das Empresas 2020”, realizada pelo Sebrae, que que foi divulgada em 2021, mais de 40% das repostas (40,8%) sobre o fechamento dos negócios, citava a pandemia a como causa principal.

Mas, também encontramos nesta mesma pesquisa, outros 60 motivos para o encerramento de um negócio.

Então, respondendo à pergunta.

Não é só a gestão financeira que faz com os negócios quebrem, temos ainda, outros 60 motivos possíveis para o fechamento de um negócio no Brasil.

Mas claro, que a gestão financeira aparece neste relatório, e de maneira muito relevante, em segundo lugar, com 21,5% das respostas.

Falar que a gestão financeira é uma das principais causas para um negócio quebrar, é tratar este assunto de maneira muito ampla e abrangente.

Por isso, vou mais direto ao ponto e explicar quais são os principais problemas dentro da gestão financeira que podem quebrar qualquer negócio e como você pode evitar que isso aconteça.

POR QUE AS EMPRESAS QUEBRAM

Falta de Planejamento Financeiro

A falta de planejamento financeiro, está entre os motivos do porquê um negócio quebra.

O empreendedor não pode abrir um negócio sem ao menos realizar o planejamento. E neste quesito o planejamento financeiro é importante, pois ele ajuda a responder as seguintes perguntas:

  • Quanto vou precisar de capital para abrir o negócio;
  • Quais serão minhas principais despesas para iniciar o negócio;
  • Qual o valor preciso em capital de giro para manter o negócio até que ele comece a vender;
  • Quanto preciso vender para atingir o ponto de equilíbrio? E para atingir o lucro?

Todas estas perguntas quando respondidas, auxiliam o empreendedor a tomar decisões mais corretas sobre o negócio. Em alguns casos, as respostas obtidas para estas perguntas, podem até fazer o empreendedor repensar o negócio.

E, após o negócio aberto esse plano deve ser revisto periodicamente.

Leia Também: Questões financeiras que todo empreendedor precisa saber

Falta de fluxo de caixa

O próximo motivo que leva um negócio a quebrar é uma famosa historinha:

“O que quebra um negócio é a falta de fluxo de caixa.”

Este é o segundo problema que quero abordar, a influência do fluxo de caixa no fechamento de um negócio.

Se você tem alguma dúvida que o fluxo de caixa, ou melhor, que a falta de fluxo de caixa influência no fechamento de um negócio, te digo que influência e de maneira bem direta.

Isso acontece mesmo que o negócio tenha bom volume de vendas. Porque, mesmo assim, ele pode não ter dinheiro para honrar seus compromissos, por causa da inadimplência por exemplo, ou por conceder prazo para os clientes muito superiores ao prazo que o negócio consegue com os fornecedores.

Essa situação ao longo do tempo leva o negócio a um estado de dificuldades, uma vez que a demora em honrar os compromissos, pode ocasionar bloqueio nas compras. Com as compras bloqueada, o negócio fica sem estoque. Sem estoque não consegue vender. Sem vendas, não consegue pagar.

Esse movimento acaba virando um ciclo vicioso e perigoso para os negócios.

Para evitar que isso aconteça, os empreendedores devem acompanhar o fluxo de caixa do negócio, analisando as projeções de entradas e saídas, para identificar antecipadamente em que momento poderá haver o descasamento de recebimento com pagamento e adotar ações corretivas.

Outra ação é identificar se os prazos de vendas são adequados para o negócio, pois prazos de vendas dilatados, geram o descasamento com os prazos de pagamento.

Além disso, deve ter um controle ferrenho da inadimplência. Adotando se possível a venda a prazo somente com cartão de crédito, que inclusive irá ajudá-lo, com antecipações de dinheiro sempre que precisar cobrir o buraco no caixa.

O objetivo principal das ações saneadoras de caixa que descrevi antes é possibilitar que o negócio honre os compromissos com o menor atraso possível para que não comprometa suas operações diárias.

Escassez de Capital de Giro

Esse problema de descasamento de prazo no fluxo de caixa, se não resolvido, ocasiona outro problema financeiro para o negócio que escassez de capital de giro.

O capital de giro é tudo que a empresa tem no caixa, nos bancos, nos estoques e nas contas a receber (ou seja, as vendas a prazo) este valor deve ser capaz de honrar os compromissos, ou seja, garantir o pagamento de todas as despesas do negócio.

E o que acontece quando o negócio vende indiscriminadamente com prazos elevados, ou tem alta inadimplência, ou não casa bem os prazos de pagamento e recebimento?

O capital de giro disponível (caixa e bancos) começa a diminuir, porque o negócio necessita de cada vez mais dinheiro, para honrar os compromissos, até que entre novo dinheiro no caixa.

Então, você precisa fazer dinheiro com os estoques. Mas você não pode fazer dinheiro vendendo de qualquer forma, porque pode não receber ou demorar para receber e, nem vender com altas taxas de desconto, porque você acaba com o lucro do negócio.

Então, outra alternativa é buscar o recebimento dos inadimplentes para oxigenar o caixa com recursos.

Em horas como estas, negócios que possuem um fundo de emergência, conseguem segurar as pontas até que as coisas entrem no plumo novamente. Se não for o caso do seu negócio, você pode buscar dinheiro com bancos, financeiras, parentes e outros.

Entenda, que algumas decisões financeiras tomadas no negócio acabam virando um grande problema para ser administrado. Mas, que podia ser evitado, caso o empreendedor tivesse planejado o negócio e tivesse estudado o mercado onde pretendia atuar, assim teria condições de saber como se comporta o público comprador e como são as regras do jogo com os fornecedores.

Problemas com estoque

Acabei de falar sobre os estoques, e este é o próximo problema dentro da gestão financeira dos negócios.

Você pode até pensar que a gestão de estoques nos negócios, não tem nada a ver com a gestão financeira. Mas tem sim!

À medida que utilizamos recursos financeiros para comprar estoques e quando digo estoques me refiro a mercadorias para revenda, insumos para produção e até produtos para serem aplicados na prestação de serviços, estamos falando de gestão financeira do negócio.

E assim deve ser devidamente gerenciado. Como diz o jargão nos negócios:

Estoque parado é dinheiro parado!

E isso é a mais pura verdade. Este dinheiro poderia estar sendo investido em outra área do negócio ou mesmo compondo o valor do capital de giro.

O empreendedor deve dimensionar muito bem seu estoque de acordo com o volume de vendas do negócio e mais ainda, deve possuir mercadorias de alto giro, que são aquelas você compra e logo vende. Isso garante dinheiro entrando no caixa de forma mais rápida.

Para isso, identificar os itens mais e menos vendidos fará a diferença na hora de dimensionar as compras e consequentemente os estoques.

E só para não deixar passar, negocie o máximo que puder o preço de compra e o prazo de pagamento. Lembre-se na maioria das vezes o ganho está na compra e não na venda. Porque quem compra bem, vende melhor!

Problema com o preço de venda

O empreendedor deve saber fazer conta!

Isso é algo que repito muito! E quando falamos de preço, isso é extremamente relevante.

Não cabe falar, que um negócio compra por X e vende por 2X. Isso não é profissional!

O empreendedor precisa conhecer sua estrutura de custos e despesas de modo que possa levar isso para o preço dos produtos ou serviços.

A equação de uma boa precificação e, a que você deve buscar para o seu negócio, é aquela em que o preço de venda cobre os custos e despesas do negócio ao ponto de gerar lucro e que o mercado consumidor ache justo pagar.

Caso algo nesta equação não esteja condizente, é hora de rever sua estrutura de custos e despesas. Rever a margem de lucro desejado do negócio e até pensar em mudar o nicho de atuação do negócio.

O fato é que a venda deve gerar lucro para o negócio!

Mistura entre as finanças do negócio e as do empreendedor

Empreendedor que trabalha no negócio tem salário, que é chamado de pró-labore e deve ser definido o valor que o negócio possa pagar sem comprometer o caixa e que possa gerar dignidade para o empreendedor.

Todo o resto que o empreendedor necessitar deve ser retirado de uma parcela do lucro do negócio.

Isso mesmo de uma parcela do lucro, não de todo o lucro! Pois o negócio deve fazer reservas para reinvestimento e inclusive, aquela reserva de emergência que falei antes.

E outra coisa, quando existe a mistureba de finanças fica mais difícil o controle e identificar os gastos.

Então como o empreendedor saberá como o negócio está indo, como está a gestão e qual a hora de apertar os cintos ou de investir um pouco mais.

E quero aproveitar ainda, para desmistificar um outro mito, que é

Negócio lucrativo, pode quebrar?

Pode. E como pode!

Ter lucro não garante que seu negócio não quebrará, porque você pode ter lucro e não ter dinheiro suficiente para pagar suas contas, como exemplifiquei no caso das vendas parceladas gerando contas a receber, que demoram para entrar no caixa, ou no caso de negócios com taxas elevadas de inadimplência, pois mesmo assim, o negócio precisará pagar os colaboradores, fornecedores impostos e depois despesas.

E se o negócio mesmo vendendo com lucro continua nessa ciranda, vai adicionando mais dívidas e aí mesmo que não terá dinheiro suficiente para pagar e, isso levará o negócio a quebrar.

Por isso, a gestão financeira nos negócios é importante e, em hipótese alguma deve ser negligenciado pelos empreendedores.

Se o empreendedor no seu dia a dia não tiver tempo para fazer o gerenciamento financeiro do negócio deve contratar profissionais que possam fazer ou mesmo pensar na terceirização.

Agora, caso o problema do empreendedor, seja desconhecimento ou falta de habilidade na área financeira, então deve buscar capacitação. E nestas horas, pode contar com os treinamentos da Treina Mais como forma de adquirir conhecimento sobre rotinas e práticas financeiras que são utilizadas nos negócios.

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