Dicas para a GESTÃO FINANCEIRA do seu negócio

Neste artigo vamos tratar sobre a importância que a gestão financeira tem para a boa saúde de qualquer negócio.

Todo empreendedor deve se tornar um especialista em tomar decisões acertada. Muitas vezes, a continuidade e a sobrevivência do negócio são diretamente dependentes da qualidade das decisões tomadas pelos empreendedores ou gestores, principalmente as decisões que dizem respeito à gestão financeira.

Costumamos dizer:

Gerir é, em última análise, decidir!

Portanto, é imprescindível a capacidade do empreendedor de analisar dados e informações. Para tal, ter informações financeiras confiáveis é determinante para a melhor tomada de decisões.

Mas o que é gestão financeira?

A gestão financeira é uma série de procedimentos e ações administrativas que permitem analisar, planejar e controlar as atividades referentes ao capital da empresa, ou seja, tudo que envolve dinheiro desde caixa até estoques e administração de pessoal.

Dentre as várias finalidades da gestão financeira para assegurar o crescimento sustentável de um negócio, podemos citar:

  • Realizar a análise e o planejamento financeiro para verificar as ações necessárias e alcançar melhorias;
  • Utilizar de maneira mais adequada os recursos por meio de avaliação e captação, com consequente alocação eficiente;
  • Verificar a concessão de crédito aos clientes e gerenciar o recebimento dos pagamentos a prazo;
  • Efetivar recebimentos e pagamentos para controlar o saldo de caixa;
  • Monitorar contas a pagar e a receber referentes a compras e vendas a prazo, despesas operacionais e impostos.

Como vimos, uma boa gestão financeira significa tomar melhores decisões, que estão embasadas em números.

Qual a importância da gestão financeira para os empreendedores?

A gestão financeira é importante a medida que ajuda os empreendedores a responderem alguns questionamentos:

  • Para crescer precisarei de algum investimento?
  • Com a receita atual consigo ter lucro para reinvestir?
  • Onde posso chegar nos próximos seis meses e um ano?
  • Vou precisar de empréstimo para realizar meu plano?
  • Onde consigo com juros mais baixos?
  • Como utilizar esse dinheiro da melhor forma?
  • É preciso investir em maquinário e pessoal?

Da mesma forma que a ausência de qualquer tipo de gestão traz uma série de problemas, com a gestão financeira não é diferente. Alguns problemas trazem um impacto maior do que outros, mas todos merecem atenção:

  • Falta de controle de contas a pagar e receber;
  • Não entendimento e gerenciamento do ciclo operacional e financeiro;
  • Desconhecimento da lucratividade;
  • Tomada de decisão não baseada em números;

Acredito muito, que qualquer empreendedor que abre um negócio, deve conhecer o mínimo de finanças, para evitar as dificuldades de gestão financeira no seu negócio e já de início condenar um negócio promissor ao encerramento das atividades.

Principais controles financeiros de uma empresa

Para que as atividades financeiras das empresas, ocorram de maneira organizada e com confiabilidade nas informações, são necessários uma série de controles gerenciais e operacionais.

Assim, é importante salientar que não existe gestão financeira sem controles. Estes controles podem ser realizados através de software gerencial, planilhas e até mesmo anotações em um caderno especifico, por exemplo. O importante é possuir algum tipo de controle, pois como costumo dizer nos meus treinamentos e consultorias:

“Qualquer controle é melhor que nenhum!”

Então, vamos então conhecer cada um destes controles.

Fluxo de caixa

O fluxo de caixa é uma ferramenta importante para a análise e controle financeiro. Ele também possibilita o planejamento de investimentos ou reposições futuras.

O fluxo de caixa calcula o valor acumulado entre as receitas previstas e as despesas durante determinado período. Pode ser feito ao final de cada dia, semana ou mês; a periodicidade depende da sua necessidade.

Para utilização do fluxo de caixa, o empreendedor deve relatar dia a dia todas as entradas e saídas previstas de maneira a possuir um saldo ano fim do dia, que servirá de saldo inicial para o dia seguinte.

Controle de venda

Normalmente, o empreendedor de um pequeno comércio conhece o valor das vendas realizadas no mês.

No entanto, conhecer apenas o montante vendido do mês encerrado, é uma informação incompleta, pois torna-se necessário conhecer qual foi o lucro gerado, como a margem de ganho nas vendas realizadas. Tais informações são necessárias para facilitar a análise do desempenho da empresa com relação às suas vendas, custos e lucro.

Assim, é importante ter um controle de vendas, onde serão registrados o valor e o custo de todos os itens vendidos, como resultado podemos conhecer o lucro gerado por cada item vendido.

Controle de contas a pagar

Basicamente as contas a pagar correspondem às obrigações da empresa com terceiros, sendo através de compra de mercadoria ou prestação de serviços.

Através do controle financeiro das contas a pagar é possível visualizar quais foram os compromissos assumidos pela organização, possibilitando um controle das datas para serem efetuados esses pagamentos.

Basicamente o empreendedor deve trabalhar relatando e controlando todos os vencimentos por data, de maneira que nenhum vencimento deixe de ser conhecido e principalmente pago.

Controle de contas a receber

A gestão de contas a receber é fundamental para o sucesso financeiro das empresas, na medida que possibilita o controle de tudo que a empresa tem a receber e fornece informações periódicas sobre:

  • Total dos valores a receber;
  • Identificação das contas vencidas e a vencer;
  • Identificação de clientes em dia com seus compromissos ou não;
  • Definição de programação de valores não recebidos (cobrança);

O controle de recebimento é extremamente importante para todas as empresas que vendem a prazo. Afinal, não adianta vender e não receber. Assim este controle é vital para a saúde financeira da empresa e, o empreendedor, deve dedicar especial atenção no seu controle.

Para controlar as contas a receber, basta possuir todos os vencimentos organizados por data e, se for o caso, “lembrar” os clientes do pagamento no vencimento.

Controle do caixa

O objetivo do Controle de Caixa é registrar as entradas e saídas realizadas de recursos financeiros e apurar o saldo disponível. Este controle financeiro deverá ser feito diariamente. Não deve ser confundido com fluxo de caixa, que tem o objetivo de planejamento e controle e engloba caixa e bancos e previsões futura de receitas e despesas.

Controle de bancos

O controle de bancos é feito basicamente através da conciliação Bancária. A tarefa da conciliação bancária recai sobre o setor financeiro nas empresas.

A função básica é conferir os registros efetuados pelos bancos nas contas correntes da empresa, com os seguintes objetivos:

» Maior controle das movimentações financeiras (bancos e caixas);

» Apurar o saldo real da conta bancária (normalmente esse saldo não é nem aquele informado pelo banco nem o que consta do relatório de controle financeiro da organização);

» Conhecer antecipadamente o quanto terá em caixa futuramente, uma vez que todos os compromissos já efetuados e pagos foram devidamente baixados e/ou liquidados (previsão para fluxo de caixa);

» Identificar eventuais erros cometidos pela organização no registro dos eventos que geram movimentações da conta bancária;

» Identificar erros praticados pelos bancos.

A conciliação bancária é feita através da conferência do extrato, lançamento por lançamento, identificando se todos os débitos estão corretos e correspondem ao contratado ou efetuado pela empresa e, do outro lado, os créditos devem ser conferidos para saber se tudo o que os clientes pagaram, realmente creditou na conta corrente da empresa.

09 dicas úteis sobre a gestão financeira da sua empresa

Vamos conhecer dicas úteis de gestão financeira que os empreendedores e gestores devem aplicar nos negócios.

01. Saiba precificar seu produto ou serviço

Uma das questões mais importantes de um empreendedor é precificar corretamente os produtos ou serviços. É preciso que o valor de cada unidade a ser vendida, seja capaz de pagar impostos, encargos, custos e despesas e, ao mesmo tempo, ofereça uma margem de lucro para o negócio.

02. Planeje receitas, gastos e investimentos necessários para o desenvolvimento do negócio

Comece anotando tudo o que você pretende faturar ao longo de um período, geralmente mês a mês, ao longo de um ano. Se possível relate os valores por canais de venda da sua empresa (internet, loja física, etc.).

Depois, planeje tudo que será gasto e a necessidade de investimento ao longo do mesmo período, também mês a mês. Não esqueça dos gastos recorrentes (ex. salários, aluguel, fornecedores, energia). Faça uma previsão para gastos emergenciais, como manutenções ou trocas.

03. Defina metas de receitas superiores aos gastos de operação do negócio

Para que um negócio cresça e se desenvolva, ele deve gerar caixa. Quando falo em gerar caixa, falo em definir metas para receitas e gastos. Para qualquer negócio e principalmente para os que estão iniciando, o gasto não pode ser maior que a receita. Então, você deve projetar gastar somente um percentual da receita, de forma que o restante gere caixa que será importante para investimentos futuros.

04. Controle tudo que entra e sai do caixa (fluxo de caixa)

O fluxo de caixa é uma ferramenta essencial, como já explicamos. Por isso, é importante atentar às movimentações financeiras e verificar as contas todos os dias, para planejar os pagamentos e recebimentos. Dessa forma, também é possível projetar entradas e saídas futuras, a fim de realizar um planejamento eficiente.

05. Não compre mais do que o necessário para produzir e vender, ou seja, tenha um estoque enxuto

Evite o excesso de produtos, que representam capital parado, e a falta de mercadorias, a fim de aproveitar todas as oportunidades de venda.

Excesso de estoques, representa falta de recursos financeiros para honrar outros compromissos ou mesmo, promover investimentos no seu negócio.

06. Não misture os dinheiros

Um erro comum é misturar contas pessoais e empresariais. O empreendedor acredita que pode fazer retiradas constantes, conforme sua necessidade, sem prejudicar o negócio — afinal, há lucro. No entanto, essa postura representa um grande desconhecimento de gestão financeira e do próprio empreendimento.

O ideal é determinar um pró-labore, isto é, um valor que serve como salário para o empreendedor. Essa quantia deve servir para contas e gastos pessoais, o restante é faturamento da empresa e deve ser utilizado para as finalidades empresariais.

07. Formas de captação de dinheiro

Primeiramente é importante ter em mente qual a real necessidade do dinheiro que vai ser captado. É preciso planejar em que exatamente, os recursos serão investidos dentro da empresa.

Quando um negócio está com fluxo de caixa saudável, o recurso pode ser utilizado para investimentos ou expansão. Já para negócios com dificuldades, ele deverá ser utilizado para o capital de giro, por exemplo.

Como alternativas de captação de dinheiro podemos citar:

  • Sócio investidor
  • Investidor anjo
  • Capital de Familiares e Amigos
  • Aporte governamental
  • Crowdfunding
  • Venture Capital
  • Empréstimo peer-to-peer
  • Lançar um IPO

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08. Recorra ao crédito só depois de esgotar outras opções

Se a sua empresa não tem o nome negativado, ela pode pedir um financiamento bancário para trazer recursos financeiros, por meio de descontos de duplicata, antecipação de recebíveis ou capital de giro, por exemplo.

Como você já deve saber, este capital tem um custo, que muitas vezes é alto, então você deve tratar este assunto de forma rigorosa. Deve fazer uma análise rigorosa da linha disponíveis, valores a pagar, taxas de juros, garantias e etc.

É salutar fazer comparação entre os bancos que a empresa tem conta para obter a melhor oferta possível.

09. Evite gastos excessivos com folha de pagamento

O ideal é que a empresa gaste entre 30% e 40% do seu faturamento com pessoal. Quando ultrapassar esse percentual, há menos controle financeiro.

Por isso, verifique a real necessidade de colaboradores e em quais funções devem ser alocados. Considere ainda a formação de um fundo de reserva para custos previsíveis (como férias, 13º salário etc.) e demissões.

Conclusão

A gestão financeira é a ferramenta que torna possível para os empreendedores alavancarem seus negócios por meio de controle e análise de dados.

Nenhum empreendedor pode renegar possuir controles financeiros sob pena perder o controle do negócio, ocasionando até o fechamento da empresa. Existe uma máxima no mercado de gestão que diz, “o que leva a empresa a quebrar não é a falta de dinheiro, mas sim, a falta de fluxo de caixa”, ou seja, a falta de controles financeiros básicos.

Por isso, relatei neste artigo, os principais controles que você empreendedor pode utilizar, sem muitos detalhes para não ficar maçante!

Para se aprofundar na utilização de controles financeiros para negócios, ou mesmo se capacitar em finanças para fazer uma melhor gestão financeira do negócio, conheça os cursos e treinamentos online da Treina Mais Treinamentos.

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